Você já ficou parado por horas num congestionamento? Já percebeu como as ruas parecem ter ficado menores e as distâncias maiores? Pois essas observações são frequentes nas cidades, não mais apenas as grandes, mas as pequenas já sofrem desses males também. Nos últimos anos vimos crescer de forma intensa o número de carros que circulam nas cidades e as ruas e rodovias não acompanharam esse processo. As pessoas parecem correr cada vez mais contra o tempo para chegar aos seus compromissos nas horas certas mas a cada dia fica-se mais tempo no trânsito.
Uma das ideias de se pensar coletivamente em busca de um
desenvolvimento sustentável está na procura por soluções que possibilitem
minimizar a emissão de gases tóxicos e também mobilidade urbana, sempre numa
medida de relação justa. Pensando nisso, será que estamos fazendo algo nesse
sentido para a proposta de uma sociedade sustentável? Desde a segunda metade do
século XX, a aquisição de automóveis é visto como um símbolo de status e, em
muitos lugares do mundo têm se mostrado como uma das poucas opções de
transporte, visto que o transporte público não é eficiente. Assim, vemos um
crescimento enorme da frota de automóveis tanto nas pequenas quanto nas grandes
cidades, enfatizado ainda com a redução de impostos pelo governo.
A questão da mobilidade se transformou num assunto de grande
importância com a intenção de repensar as formas como nos deslocamos hoje. Jan
Gehl, arquiteto dinamarquês responsável por mudar a cara de Copenhague, explica
que as nossas cidades foram projetadas para dar espaço aos carros e a formação
de congestionamentos é, sem dúvida, uma dos maiores problemas das grandes
cidades do mundo. A solução, segundo ele, é a oferta de mais opções de
locomoção. Só ciclovias ou só transporte público não resolvem, mas uma
combinação dos dois com boas calçadas e vias exclusivas de pedestres começam a
deixar a cidade mais interessante e a dependência que se desenvolveu do carro
começa a diminuir. Mas, ainda assim, muita gente vai continuar se locomovendo
de carro, por comodidade. Para Gehl, “quanto mais ruas, mais carros, quanto
menos ruas, menos carros. Se você oferecer infraestrutura, a sociedade vai
utilizá-la. Então, tirar espaço dos carros, ou proibir que estacionem nas ruas,
são algumas das formas de garantir que eles sejam menos usados, em especial em
curtos trajetos. E aí, as pessoas que realmente precisem de um veículo para se
locomover, seja porque a distância é longa demais, seja porque é uma
emergência, terão espaço para dirigir”.
Ao encontro dessa questão, as diretrizes da Política
Nacional de Mobilidade Urbana aprovada este ano no Brasil aponta que os carros
deixaram de ser prioridade nas discussões e no planejamento de mobilidade das
cidades e ganharam destaque os meios de transporte não motorizados e os
serviços de transporte urbano. Em grandes cidades do mundo, além de uma oferta
de mais tipos de serviços de transporte urbano há também restrições a
circulação de carros em determinadas regiões da cidade ou em determinados
horários. Londres, por exemplo, só permite a circulação de carros no centro da
cidade se pagar pedágio. O mesmo está acontecendo com Barcelona. Paris criou
ciclovias por toda a cidade que deu certo e espandiu-se para o serviço de
carros.
Amigo parabéns pelo belíssimo blog,e pelo trabalho de divulgação do ciclismo.
ResponderExcluirRealmente a bicicleta é uma ótima alternativa,para o deslocamento,principalmente nas grandes cidades,onde os engarrafamentos não deixam que os carros avancem...Além de ser um ótimo exercício físico!!
Abraço.
Paulo Romero.
Meliponário Braz.
João Pessoa,PB.